A Semana Internacional do Café (SIC) 2025, realizada em novembro em Belo Horizonte (MG), foi palco de discussões fundamentais sobre o futuro da cafeicultura global. Entre os destaques da programação esteve a palestra de Eleonora Erthal, diretora da Fazenda do Café Monthal, que apresentou o tema “Cafeicultura de Montanha e Inovação Colaborativa: Desafios e Soluções Sustentáveis” no painel do projeto HackCafé — iniciativa que vem transformando a relação entre produtores, universidades e ecossistemas de inovação.
Durante sua fala, Eleonora trouxe uma reflexão sobre o papel estratégico da cafeicultura de montanha, responsável por cerca de 80% da produção mundial de café, mas que enfrenta desafios estruturais severos. Ela destacou questões como a topografia acidentada, que dificulta a mecanização, as mudanças climáticas imprevisíveis, e a escassez de mão de obra qualificada, fatores que impactam diretamente a produtividade e a sustentabilidade da produção.
No contexto brasileiro, a empresária ressaltou a importância da Região Serrana do Rio de Janeiro, onde está localizada a Fazenda do Café Monthal, como exemplo vivo desses desafios. “A cafeicultura de montanha é bela, tradicional e essencial, mas precisa de inovação e colaboração para se manter sustentável. Não é possível resolver sozinha questões que envolvem clima, topografia e custos de produção. Precisamos unir o campo à ciência e à tecnologia”, afirmou Eleonora.
Segundo estudos apresentados, até 50% do custo de produção de café em áreas de montanha está relacionado à colheita manual, o que inviabiliza a mecanização e limita o crescimento de pequenos e médios produtores. Ao mesmo tempo, eventos climáticos extremos — como geadas e secas prolongadas —, somados à alta nos preços de insumos, tornam urgente a busca por soluções colaborativas e acessíveis.
Foi nesse cenário que nasceu o HackCafé, um hackathon híbrido de 48 horas promovido com o apoio da Fazenda do Café Monthal. O evento reuniu produtores, universidades e hubs de inovação para co-criar soluções práticas voltadas à cafeicultura de montanha. As equipes multidisciplinares trabalharam com base em desafios reais da fazenda, desenvolvendo protótipos e propostas tecnológicas com potencial de aplicação imediata.
A iniciativa representa uma prática inédita no setor cafeeiro, ao transformar o produtor rural em protagonista do processo de inovação. “O HackCafé é sobre colocar o cafeicultor no centro da transformação, mostrando que ele pode ser parte ativa da solução. É um movimento que integra ciência, tecnologia e tradição em um ecossistema colaborativo, escalável e replicável”, explicou Eleonora.
Além do impacto tecnológico, Eleonora destacou o papel humano e social da inovação. “Quando o produtor aprende a inovar, ele se empodera. A inovação passa a ser uma aliada da permanência no campo, da sucessão familiar e da sustentabilidade das comunidades rurais”, afirmou.
Com essa abordagem, a Fazenda do Café Monthal se consolida como um laboratório vivo de inovação rural, unindo tradição, conhecimento científico e práticas sustentáveis na produção de cafés especiais. O trabalho desenvolvido na serra fluminense demonstra que é possível aliar excelência sensorial, responsabilidade ambiental e transformação social, inspirando outros territórios a seguirem o mesmo caminho.
Ao encerrar sua participação, Eleonora reforçou o convite para que instituições e empreendedores se aproximem da cafeicultura de montanha. “O futuro do café está nas conexões — entre pessoas, saberes e tecnologias. A montanha é desafiadora, mas é também o berço da qualidade e da esperança. Inovar é a forma de mantê-la viva e produtiva”, concluiu.
A palestra marcou mais um capítulo importante da trajetória da empresária, que há anos se dedica a unir sustentabilidade, empreendedorismo feminino e inovação no agronegócio, transformando a Fazenda do Café Monthal, em Bom Jardim (RJ), em referência nacional na produção de cafés especiais e no turismo rural.
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