Poliana Ciliento começou a sonhar com viagens internacionais e escolas de intercâmbio ao se matricular em um curso de inglês em uma escola de idiomas aos 13 anos de idade. O preço para a realização do sonho era totalmente fora da realidade dos padrões da sua família e sem condições de poder viajar para o exterior, desestimulada, acabou abandonando o curso.
Filha de pais divorciados, Poliana mudou da sua cidade natal, São Paulo, em companhia da mãe, para Extrema, pequena cidade do interior de Minas Gerais. “Com a energia de toda menina de 13 anos eu fazia várias coisas ao mesmo tempo. Ia para a academia, jogava vôlei no time da escola e fazia aulas de inglês. Minha família era muito religiosa e eu praticamente cresci na igreja. Em 2014, em um acampamento da igreja, conheci um garoto que também fazia inglês, passando a me interessar mais ainda em morar e estudar fora”, lembra Poliana.
Poliana conta que foi aprovada no curso da faculdade de Direito, mas acabou abandonando os estudos por não ser aquilo que queria para sua vida. O sonho de criança de morar no exterior mais uma vez voltou a rondar sua mente. Mas entre o mundo dos sonhos e o mundo real era preciso ter dinheiro, além dos pré-requisitos para o intercâmbio como inglês intermediário e carteira de motorista. Em suas pesquisas para descobrir uma forma de mudar para o exterior acabou encontrando uma família nos Estados Unidos disposta a pagar sua passagem com direito à moradia e pagamento das despesas de intercâmbio em troca de trabalho.
E foi assim, em um típico roteiro de filme com tema “encontro às escuras”, que aos 18 anos, Poliana partiu para a terra do Tio Sam com intenção de realizar seu sonho. O sonho começou a ruir na hora de passar pela segurança. Como nunca tinha viajado de avião ficava atordoada quando era escolhida para efetuar inspeção da sua bagagem. A situação piorava pelo fato de quase não saber inglês e precisar pedir ajuda das pessoas que estavam ao seu lado, pois não conseguia entender nada que a tripulação falava.
“Em Chicago, no corredor da imigração, vi uma mulher da segurança vindo em minha direção com um cachorro que pulou em mim enquanto revistavam minha mochila. Passei pela imigração e fiquei completamente perdida no aeroporto sem saber o que fazer e sem falar inglês. Sorte que um brasileiro me ouviu falando português e me levou ao portão correto para encontrar a família que estava me esperando”, relata Poliana.
O combinado com a família era receber duzentos dólares por semana pelo trabalho em um período de experiência de dez dias trabalhando como babá. Poliana relata que cuidava da criança de quatro meses dia e noite, inclusive
que o bebê dormia com ela em seu quarto. Era uma família chinesa com uma cultura completamente diferente da cultura americana e brasileira com grande dificuldade de adaptação. Poliana foi dispensada antes de completar o período de dez dias sem ter para onde ir e sem intenção de querer retornar para o Brasil.
Decidida em continuar na América, conseguiu ficar na casa de uma prima em Seattle. Em Seattle trabalhou de faxineira e depois de três semanas mudou da casa da prima passando a ter mais contatos com americanos para aprender o idioma. Conheceu pessoas, namorou, visitou lugares do país, começando a viver a experiência da realização do sonho de morar nos Estados Unidos.

“Morando aqui vi de tudo. Famílias se aproveitando do meu trabalho, pagando pouco e exigindo muito. Brasileiros que me enrolavam na hora de pagar, além de sofrer xenofobia e assédio. Cheguei até mesmo a aparecer na TV quando sobrevivi a um tiroteio e em outra ocasião quase levei um tiro em Las Vegas, mas tive também meus bons momentos”, finaliza Poliana.
Hoje, Poliana Ciliento mora em San Diego, Califórnia. Trabalha como babá de uma menina de dois anos e é casada com um marinheiro da marinha dos Estados Unidos. Fez um curso de Business & Networking na Universidade de Washington e Iniciação de planejamentos de projetos na Universidade da Califórnia Irvine e também Medical coding and billing na Career Step. Seu plano para o futuro é viver da internet sendo reconhecida por pessoas interessadas em seu conteúdo.
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