‘Paisagem Sonhada’ estreia no Centro Coreográfico da Tijuca



Estreia da Alarcon Picanço Criações propõe uma ‘cena expandida’, onde os artistas dão corpo a rios, ruas e memórias de suas cidades de origem. As apresentações acontecem em agosto no Centro Coreográfico do Rio.

Imagine se seu corpo pudesse contar a história da sua rua, do seu bairro, da sua cidade. É essa a premissa que move “Paisagem Sonhada”, a nova criação da Alarcon Picanço Criações, que desembarca no Teatro Angel Vianna (Centro Coreográfico da Tijuca) para uma curta temporada nos dias 08, 09 e 10 de agosto. A obra é um convite para o público mergulhar em um universo onde a Baixada Fluminense é protagonista.

A criação do espetáculo é da dupla que dá nome à companhia. Bruno Alarcon assina a criação e a direção de movimento, trazendo sua pesquisa de Mestrado na UFRJ e sua atuação como Conselheiro de Cultura em Duque de Caxias. Ele divide a liderança com Luiz Fernando Picanço, responsável pela direção artística, que contribui com sua experiência em produções da Globoplay e Netflix. Juntos, eles reúnem um time de peso para dar corpo ao projeto: a coreografia é de Canela Monteiro, artista com trajetória no AfroReggae e em comissões de frente de grandes escolas de samba. A solidez conceitual é garantida pela orientação acadêmica de Adriana Schneider Alcure, professora titular de Direção Teatral da UFRJ e um dos maiores nomes da pesquisa em artes cênicas no país. A trilha sonora original de Paulo Richard Ramos, o figurino de Elen Carva, bem como a criação de luz de Nina Balbi são também pontos altos na construção do espetáculo.

Através de laboratórios criativos baseados em escrita, imagem, som e movimento, o elenco foi provocado a imaginar: “E se a gente fosse estes lugares?”. A resposta vem em cena, articulando circo, dança, teatro e visualidades para questionar como os espaços que habitamos nos moldam e, principalmente, como podemos, através da arte, reinventá-los. O resultado é uma visão da Baixada não como um ponto distante, mas como um corpo vivo que pulsa no palco.

Em cena, os artistas movem não apenas seus corpos, mas o próprio chão, revelando mapas afetivos que brotam do cheiro dos laranjais, das veias dos rios que transbordam e das memórias ancestrais Tupinambás que ainda pulsam sob o asfalto. A obra propõe uma perspectiva da Baixada não como um ponto fixo ou distante, mas como uma confluência de vidas, sonhos e transformações constantes.

“Levar a estreia deste trabalho, criado no Ponto de Cultura Gomeia Galpão Criativo, localizado na Baixada Fluminense, para um palco tão emblemático como o Teatro Angel Vianna, no Centro Coreográfico, na Tijuca, é um movimento necessário e urgente que cria turbulência no trânsito entre os espaços centrais e as periferias. O gesto do fazer artístico dos espaços subalternizados ressignificam as relações, sejam elas físicas ou simbólicas”, afirma o criador e diretor de movimento Bruno Alarcon. “Queremos que o público da Zona Norte sinta a potência, a poesia e as urgências dos nossos territórios, mostrando que, no fim, todos somos lugares em erupção”, completa o diretor artístico Luiz Fernando Picanço.

A montagem é resultado de uma profunda investigação cênica sobre a temática “corpo e lugar”, iniciada em 2023, com um grupo de 14 jovens artistas de Belford Roxo, Duque de Caxias, São João de Meriti e Nova Iguaçu. Neste percurso, apenas 4 permaneceram e deram vida ao espetáculo. Por meio de laboratórios criativos baseados em escrita, imagem, som e movimento, o elenco foi provocado a imaginar: “E se a gente fosse estes lugares?”. O resultado é um espetáculo que articula circo, dança, teatro e visualidades para questionar como os espaços que habitamos é a extensão de nossa construção de subjetividades afetivas, onde através das corporeidades, é possível reinventá-los.

Fundada por Bruno Alarcon e Luiz Fernando Picanço, a Alarcon Picanço Criações atua desde 2016 com o objetivo de fomentar a arte produzida na Baixada Fluminense, ampliando as vozes dos artistas que desenvolvem a cultura na região. Com um trabalho que transita entre dança, teatro, performance e audiovisual, a companhia já circulou pela capital, outros municípios e fora do estado, sempre com foco na pesquisa de multilinguagens.

SERVIÇO
Espetáculo: Paisagem Sonhada

Linguagem: Dança /multilinguagem

Datas: 08, 09 e 10 de agosto de 2025

Horários: Sexta e Sábado às 19h; Domingo às 18h

Local: Teatro Angel Vianna – Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro

Endereço: Rua José Higino, 115 – Tijuca, Rio de Janeiro – RJ

Classificação Indicativa: Livre

Duração: 50 minutos

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