Em uma das palestras mais aguardadas do evento, CEO do Future Today Strategy Group diz que inventar o futuro exige “coragem, trabalho e inovação”
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Rio Innovation Week: Amy Webb leva plateia ao delírio ao se apresentar como “brasileira honorária” com a própria voz clonada
Em uma das palestras mais aguardadas do evento, CEO do Future Today Strategy Group diz que inventar o futuro exige “coragem, trabalho e inovação”
Crédito: Ag. Enquadrar/ Divulgação RIW
“Eu sou Amy Webb. Sua brasileira honorária favorita. Sinceramente, me sinto meio brasileira agora. Me sinto tão em casa aqui. Talvez seja o meu cabelo grande. Talvez seja minha personalidade forte. Eu me sinto brasileira, mas, infelizmente, não falo português, por isso clonei a minha voz”. Foi assim que a futurista Amy Webb começou sua palestra no Painel Tendências Emergentes de Tecnologia, no terceiro dia do Rio Innovation Week.
Animada, Amy usou a IA para se apresentar ao público: “meu português se tornou subitamente bom”, disse de forma descontraída, após afirmar que a língua é muito difícil. A fundadora e CEO do Future Today Strategy Group há 19 anos provocou o público logo no início: o que você espera ser mais importante – a mídia, o meio, quem está entregando a mensagem ou o que está sendo entregue?
A empresa da futurista é voltada para visão estratégica do futuro. “Começamos coletando sinais de milhões de locais diferentes, iniciamos manualmente e depois criamos um sistema de IA. Estamos sempre recebendo dados de curadoria, depois fazemos reconhecimento de padrões e utilizamos uma ferramenta que nos ajuda a encontrar as tendências a longo prazo”, explicou.
Mas, segundo Amy, é preciso ter alguns critérios: “uma tendência por si só não é suficiente. Você pode estar muito certo por um curto período de tempo”, alertou. Para ela, os cenários apresentados precisam estar baseados em dados matemáticos. “Os cenários por si só são interessantes, mas não ajudam as pessoas a tomarem decisões. Então é importante ter estratégia”.
A Future Today Strategy Group atende diversos setores em todas as indústrias, com clientes conhecidos como Globo e Dell. “Nossos clientes nos procuram quando não conseguem visualizar o futuro. Então, o meu trabalho é trazer clareza sobre o futuro”, comentou. Amy também é professora da New York University (NYU), onde ensina previsão estratégica em um MBA.
Ela citou a influenciadora Virginia Fonseca para se referir ao boom de influenciadores digitais atualmente. “Ela não é cantora, não é atriz, não é jogadora de futebol, então por que nós sabemos quem ela é?”, provocou o público.
Mas, segundo Amy, os influenciadores não são algo do século XXI. “Os influenciadores de hoje são influenciadores por causa da internet, ou seja, por causa do meio. Já existiam influenciadores antes da internet, porque sempre existiram meios, canais de mídia, o cinema. E mesmo antes do rádio ou televisão, o meio era, por exemplo, o palco teatral”, exemplificou.
“É difícil capturar a atenção das pessoas de forma abrangente à medida que a tecnologia evolui. Isso está resultando em novos meios e em novas mensagens”, comentou, ao explicar por que as marcas precisam do marketing.
Sobre os influenciadores do futuro, Amy aposta nos agentes de projetos avançados. Ela define como “marketing de influenciadores de agente”. “São agentes de IA como modelos autônomos de influenciadores, isto é, 3 milhões de versões diferentes da Virgínia. Precisamos pensar na IA como o meio criador da mensagem e o mensageiro. Influenciadores usando múltiplos sistemas de IA. Várias pessoas criando vários tipos de conteúdo em várias plataformas e em várias linguagens. Plataformas segmentadas por influenciadores e consumidores que querem determinado produto. Isso vai provocar um crescimento explosivo de micro marcas para micro segmentos de mercado”.
Outro ponto ressaltado pela futurista é que a internet, em pouco tempo, não terá pesquisa. “Teremos uma internet sem cliques, o que representa uma grande mudança do que temos agora. No lugar disso, teremos sistemas colaborativos de IA que farão pesquisa por nós”.
Sobre a revolução da IA no mundo dos negócios, Amy disse que muitas empresas falam de IA, mas poucas estão de fato inovando. Ela também falou da importância dos modelos para personalizar aquilo que os consumidores querem.
“As simulações não serão feitas de forma genérica, mas sim alinhadas à pessoa, àquilo que o consumidor quer, à imagem de uma pessoa parecida com ele, usando, por exemplo, suas próprias medidas. A IA vai projetar, fabricar e enviar aquilo que o consumidor quer. Eu treinei um sistema, dei as minhas medidas, o sistema sabia o que eu gostava, encontrou um fabricante e projetou tudo. Não é um cenário fictício. No futuro, os modelos de IA serão as marcas. O que o meio é e como as mensagens são mostradas irão mudar drasticamente. Como e onde o valor será criado? Será que estamos inovando ou repetindo? Eu acredito que vocês possam ser as pessoas que inventarão o futuro, mas isso demanda coragem, trabalho e inovação. Sejam expansivos e estejam dispostos a assumir riscos”, afirmou.
