Ativista chamou atenção ao citar dados que apontam para a expectativa de vida de uma pessoa trans, que no Brasil, é de 35 anos. “é o país que mais nos mata no mundo, mas também é o lugar onde a gente mais insiste em viver.
Ao lado de celebridades como Milton Cunha, Inês Brasil, Nicole Bahls, a atriz Carla Cristina, entre outras personalidades, a ativista Benny Briolly marcou presença na Parada LGBTQIAPN+ de Madureira, realizada neste domingo, 14 de dezembro, no Parque Madureira, Zona Norte do Rio de Janeiro. O evento reuniu milhares de pessoas em um grande ato de celebração, visibilidade e luta por direitos da população LGBTQIAPN+.
Já era noite quando Benny subiu ao palco e fez um discurso potente e de resistência, emocionando o público ao chamar atenção para os desafios enfrentados diariamente por pessoas trans no Brasil. Em sua fala, a ativista ressaltou que o país ainda reproduz o ódio, a violência, o nojo e a rejeição contra corpos trans, empurrando essa população para a marginalização e a não aceitação social.
“O Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo, mas também é o lugar onde a gente mais insiste em viver. Quando uma mulher trans sobe num palco, ocupa uma universidade ou aparece em horário nobre na televisão, isso não é privilégio, é sobrevivência. Nós não queremos ser exceção, queremos ser direito”, declarou Benny durante o evento.
Dados reforçam a gravidade do cenário: o Brasil lidera, pelo 16º ano consecutivo, o ranking de assassinatos de pessoas trans no mundo; 90% das mulheres trans e travestis estão na prostituição por falta de oportunidades no mercado formal; e a expectativa de vida de uma mulher trans no país é de apenas 35 anos, metade da média nacional. A rejeição familiar também segue alarmante, já que 82% das pessoas trans já foram expulsas de casa ou sofreram algum tipo de violência no ambiente familiar.
A participação de Benny na Parada acontece às vésperas de janeiro, mês da Visibilidade Trans, período fundamental para ampliar o debate público sobre cidadania, políticas públicas e o direito básico à existência. Para a ativista, ocupar espaços populares como a Parada de Madureira é essencial para dialogar com diferentes públicos e transformar visibilidade em conscientização.
Durante o evento, Benny também destacou a importância da representatividade trans na televisão, citando a forte repercussão da personagem trans na novela das 9 da TV Globo. Segundo ela, a presença de uma mulher trans em horário nobre, na TV aberta, contribui diretamente para a quebra de estigmas, a humanização das narrativas e a construção de um novo imaginário social.
Reconhecida nacionalmente por sua atuação política e social, Benny Briolly vem acumulando conquistas importantes para a comunidade trans, como a implementação de ações afirmativas e políticas de cotas para pessoas trans em universidades públicas, incluindo UFRJ e USP, ampliando o acesso ao ensino superior e criando caminhos reais de transformação social.
Com voz firme e discurso afiado, Benny reforçou que existir, ocupar e ser vista continua sendo um ato político em um país onde a população trans ainda luta diariamente pelo direito de viver.






