O escritor capixaba Maxwell dos Santos lançou o romance À margem das letras, que denuncia o racismo estrutural, o elitismo intelectual e o silenciamento de mulheres negras no campo literário brasileiro. O lançamento é parte de uma série de ações simbólicas referentes ao Agosto Lilás, campanha nacional de enfrentamento à violência contra a mulher.
A obra está disponível gratuitamente em PDF (https://bit.ly/amargemdasletraspdf) e também pode ser acessada via Amazon e Kindle Unlimited (https://shre.ink/amargemdasletrasamazon).
Protagonizado por Mariah Lopes, uma jovem escritora negra e periférica, o romance apresenta os bastidores de uma feira literária fictícia no Espírito Santo. Convidada para a mesa “Narrativas insurgentes”, Mariah confronta Adrian Mesquita, intelectual branco que simboliza os mecanismos de exclusão presentes no cânone nacional.
A narrativa expõe as formas de violência simbólica que limitam a presença de mulheres negras nos espaços de prestígio da literatura: apagamento, exotificação, deslegitimação da autoria. Em um enredo de tensão e resistência, o livro propõe uma reflexão urgente: quem tem o direito de escrever, ser lido e ocupar espaços legítimos na cultura brasileira?
Com lirismo e crítica social, Maxwell dos Santos se conecta a uma linhagem de autoras negras como Conceição Evaristo, Cristiane Sobral e Eliane Potiguara, em uma obra que, ao dar voz a Mariah, amplia a escuta sobre as diversas violências enfrentadas por mulheres brasileiras, inclusive aquelas que não deixam marcas visíveis, mas ferem profundamente.